POR FAVOR, NÃO A LEVEM…

Numa “declaração” conjunta, o Presidente da República, João Lourenço, o Presidente do MPLA, o Titular do Poder Executivo e o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas disse ontem, em Luanda, contar com o trabalho, engajamento e a cooperação de todos para levar Angola a bom porto. Por favor, tal como não trouxeram a Califórnia para Benguela, não levem Angola para lado nenhum…

O Chefe de Estado, disse: “Agradeço terem aceite o nosso convite para juntos, reunidos aqui no jardim do Palácio Presidencial, despedirmo-nos do ano 2023, que sem sombra de dúvidas foi um ano de grandes desafios, não apenas para Angola, mas para o mundo”.

João Lourenço falava no tradicional cerimonial de cumprimentos de fim de ano ao Presidente da República e à primeira-dama da República, cerimónia realizada no Palácio Presidencial à Cidade Alta por falta de espaço no Bairro do Zango…

Citando a Angop, segundo o estadista de gabarito mundial “made in MPLA”, para o ano de 2024, tirando aquelas situações ponderáveis que não dependem do homem, tudo mais depende da acção humana. Digam lá que não é uma conclusão digna de um Prémio Nobel? Repararam? Anotem: Tirando o que não depende do homem… (isso mesmo!), depende da acção do homem. E assim sendo, João Lourenço augurou que 2024 seja melhor que o presente, promovendo a paz, felicidade e saúde para todos os cidadãos angolanos.

Sobre os presentes no evento, disse que o “foram encorajar a receber o ano que se avizinha, de 2024, com optimismo por dias melhores”. Não havia necessidade, mas está bem!

Recordemos agora a Mensagem de Ano Novo do “Presidente Emérito” (2020).

«Caros compatriotas, razões independentes à minha vontade me mantiveram longe do país durante os últimos meses. Para todos nós Angolanos, homens e mulheres, jovens e idosos, independentemente da religião ou da filiação política que possamos ter, este período de início de ano é o tempo do balanço, mas também das promessas e das resoluções para o futuro.

Apesar da distância, tenho-vos sempre presente no meu coração, e os meus sentimentos e pensamentos estão convosco. Compartilho os vossos sofrimentos e vossas esperanças.

Como militante engajado do meu partido e com sentido de compromisso, desejo sucessos ao Presidente João Lourenço, desejo sucesso a todos os membros do Bureau Político e do Comité Central e desejo sucesso a todos os camaradas que constituem a massa militante do MPLA. Na conjuntura económica e social específica que o país atravessa, sei que não há nada mais difícil do que liderar uma nação que enfrenta adversidades.

Tenho confiança na força do nosso povo porque, ao longo da nossa história, é nestes momentos de incerteza e dificuldades que conseguimos revelar o melhor em nós mesmos; e escrever as páginas mais gloriosas da nossa história de Angola.

Unidos, sempre superamos todos os desafios. Do mesmo modo que juntos conquistamos a paz, venceremos a aposta da prosperidade económica e do bem-estar dos angolanos, na unidade, no diálogo e no respeito mútuo.

Somos uma grande nação. O que nos une será sempre mais forte do que nos separa, porque quaisquer que sejam as ideias que defendemos, todos temos Angola no coração.

Desejo a todos angolanos e angolanas, um ano 2020 com saúde, paz e prosperidade. Com essa convicção, tenho confiança no nosso futuro. Que este ano traga a todos paz, saúde e felicidade.
Feliz 2020!
José Eduardo dos Santos»

Em Dezembro de 2022, João Lourenço antecipou que 2023 seria marcado por “grandes desafios”, que exigiriam “mais trabalho e unidade de acção”, mas mostrou-se confiante que seria possível “ultrapassar sem grandes sobressaltos” o actual “momento difícil”. Não descobriu a pólvora mas, é claro, estava (como continua a estar) prestes a descobrir o caminho marítimo para o… Huambo.

Vejamos então na íntegra, “ipsis verbis”, Sic (é só escolher…) a mensagem poética e messiânica à Nação do Presidente do “querido líder” do reino, general João Lourenço:

«Caros Compatriotas

É com um renovado sentimento de esperança e de crença no futuro que desejo a todos os Angolanos e Angolanas residentes no país e na diáspora, uma Quadra Festiva em paz, harmonia e bem-estar.

Este é um momento de fortalecermos os laços familiares e de amizade, de reflectirmos sobre as nossas conquistas e os desafios que temos pela frente e avaliar a nossa contribuição para o desenvolvimento económico e social do nosso país.

No ano que termina, todas essas questões estiveram em destaque e tivemos a oportunidade de optar democraticamente pela continuidade de um projecto de Nação que tem vindo a merecer a confiança da maioria dos angolanos e da comunidade internacional.

Acredito que juntos podemos continuar a consolidar o Estado Democrático de Direito e edificar uma sociedade inclusiva, de livre expressão, com direitos e oportunidades iguais, de justiça e solidariedade social.

Continuaremos a trabalhar com todo nosso empenho e determinação na criação das condições para garantir um desenvolvimento harmonioso do país, através de políticas eficazes e de obras estruturantes para captar o interesse de investidores nacionais e estrangeiros, na diversificação da nossa economia, na criação de emprego, aproveitando as enormes potencialidades que o país oferece.

Vamos investir cada vez mais na educação e saúde, porque só um povo educado e saudável pode competir e superar com êxito os enormes desafios que o mundo nos impõe a todos os níveis.

Nesta quadra festiva renovamos as esperanças de uma vida melhor e priorizamos a nossa atenção para com os mais vulneráveis da nossa sociedade, as crianças, os idosos, os doentes e os mais pobres.

É para elas e para eles que dirijo em primeiro lugar os meus votos de que possam encontrar a solidariedade dos seus próximos e da sociedade em geral.

Queremos igualmente expressar o nosso apreço a todos os que põem os seus deveres acima dos seus interesses pessoais e que garantem a segurança colectiva das pessoas e bens.

A nossa solidariedade vai igualmente para todos os que se encontram acamados nos leitos hospitalares ou em casa, para os separados dos seus entes queridos por estarem a cumprir penas pela prática de crimes, esperando que possam um dia voltar ao convívio da sociedade.

O mundo vive um momento de incertezas sem precedentes na história dos últimos 70 anos, por isso o ano de 2023 afigura-se como um ano de grandes desafios também para o nosso país.

A situação exigirá de cada um de nós mais dedicação ao trabalho, mais unidade de acção para contrariarmos a tendência negativa da economia mundial.

Temos fé que com trabalho, realismo e optimismo, seremos capazes de ultrapassar sem grandes sobressaltos o momento difícil que o mundo vive.

É reiterando a minha crença num futuro melhor que desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!».

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